SENSOPERCEPÇÃO
E SUAS ALTERAÇÕES
Sensopercepção
– O termo sensopercepção é utilizado para se referir a processos
complexos através dos quais tomamos conhecimento do mundo. Ou seja,
a sensopercepção é a primeira etapa de nosso processamento
cognitivo. Esses processos são basicamente sensitivos, sejam eles
periféricos ou centrais (de 1ª ordem), e perceptivos (2ª ordem).
Em virtude de dificuldades de se distinguir que etapa está afetada
em certos fenômenos psicopatológicos, consagrou-se o uso do termo
sensopercepção.
Alterações da sensopercepção
Alterações quantitativas
Agnosia:
Termo criado por Freud que literalmente significa não
conhecer.
É um distúrbio do reconhecimento visual, auditivo ou tátil, na
ausência de déficits sensoriais (periféricos ou centrais). As
sensações podem ocorrer, mas não são percebidas ou não são
associadas.
Hiperestesia:
Aumento global da intensidade perceptiva. As impressões são mais
intensas, mais vívidas ou mais nítidas, podendo também ser mais
desagradáveis. Ex: mania, intoxicações, algumas crises
epilépticas, quadros dissociativos, na “ressaca, na ansiedade.
Hipoestesia:
Diminuição global da intensidade perceptiva. As imagens são mais
escuras, sem brilho; a comida é insossa; os sons são abafados etc.
Ex: quadros de estupores na depressão ou na esquizofrenia;
rebaixamento do nível de consciência.
Anestesia:
Abolição da sensibilidade. Encontrada nas mesmas situações da
hipoestesia, e ainda em quadros dissociativos (cegueira ou surdez
histérica).
Alucinações
negativas:
Aparente ausência do registro sensorial de determinado objeto
presente no campo sensorial.
Macropsia:
Percepção de objetos aumentados de tamanho.
Micropsia:
Objetos parecem menores do realmente são.
Dismegalopsia:
Objetos parecem deformados, com partes aumentadas, partes diminuídas.
*
A macropsia, a micropsia e a dismegalopsia ocorrem mais comumente em
quadros de delirium,
na
epilepsia de lobo temporal, na esquizofrenia, nos transtornos
alimentares e na intoxicação por alucinógenos.
Alterações qualitativas
Ilusões:
Do latim, illusionem, significa engano, miragem, ludíbrio. É a
percepção falseada, deformada, de um objeto real e presente, um
outro objeto é percebido no lugar do original, a deturpação da
imagem se dá por uma mescla entre a imagem perceptiva e uma imagem
representativa. Nossos sentidos são simplesmente enganados por uma
variável circunstancial (iluminação, distância, efeitos ópticos,
etc.) ou se deixam superar por alguma emoção. Podem ocorrer tanto
em pessoas com ou sem transtorno. São classificadas em: Ilusão por
desatenção, ilusão catatímica e ilusão confusional.
Pareidolia: Uma
imagem, fantástica e extrojetada, é criada intencionalmente a
partir de percepções reais de elementos sensoriais incompletos ou
imprecisos. Ocorre em pessoas normais e é relacionado à atividade
imaginativa. Diferencia-se da ilusão pela consciência da
irrealidade da imagem e da sua influência voluntária sobre essa.
Alucinação: Do
latim alucinare, que significa dementado, enlouquecido, sem razão. É
a percepção clara e definida de um objeto sem a presença do objeto
estimulante real. Nas alucinações verdadeiras há todas as
características de uma imagem perceptiva real. As alucinações
verdadeiras possuem irresistível força de convencimento, ou seja,
são aceitas pelo juízo da realidade, por mais que pareçam para o
próprio paciente estranhas ou especiais. A possibilidade de se
suprimir uma alucinação através argumentação sensata é
decididamente nula e, caso isso aconteça, não estaremos diante de
uma alucinação genuína, mas de um engano sensorial.
TIPOS DE ALUCINAÇÕES
* Alucinações visuais
* Alucinações auditivas
* Alucinações táteis
* Alucinações olfativas
* Alucinações Gustativa
* Alucinações cinestésicas
REFERÊNCIAS
psiquiatriaufmg.blogspot.com
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