quarta-feira, 18 de setembro de 2013

TDAH
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

            O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma complexa desordem comportamental que leva a criança a graus variáveis de comprometimento na vida social, emocional, escolar e familiar. É marcado por distúrbios motores, perceptivos, cognitivos e comportamentais que geram dificuldades globais no desenvolvimento infantil. Esses sinais devem obrigatoriamente se manifestar-se na infância, mas podem perdurar por toda a vida, se não for devidamente reconhecidos e tratados.
            No decorrer dos anos houve inúmeras mudanças na nomenclatura que refletiram tendências históricas no conceito da origem deste transtorno, bem como em seus aspectos essenciais. Em 1947, Strauss e Lehtinen chamavam o TDAH de “Síndrome de Lesão Cerebral Mínima”. Em 1962, graças a falta de comprovação de alteração neurológica, ficou conhecida como “Disfunção Cerebral Mínima”
            Na década de 50 a atividade motora excessiva apresentada por esses pacientes foi valorizada  como condição primária para o diagnóstico. No DSM-II (Classificação de Transtorno Mentais da Associação Norte-Americana de Psiquiatria – 1968) a nomenclatura foi alterada para “Síndrome Hipercinética da Infância”, enquanto que, em 1987, o mesmo DSM revisado (DSM-III), passou a classificar o quadro como “Distúrbio do Déficit de Atenção por Hiperatividade”, em que a inquietação era o elemento essencial. Somente em 1994, no DSM-IV surgiu a nomenclatura atual de  “Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade”.
           
            CAUSAS
         Estudam apontam a predisposição genética e a ocorrência de alterações nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) que estabelecem as conexões entre os neurônios na região frontal do cérebro como as principais causas do transtorno do déficit de atenção. Algumas pesquisas indicam que fatores ambientais e neurológicos podem estar envolvidos, mas ainda não há consenso sobre o assunto.

            SINTOMAS
         Desatenção, hiperatividade e comportamento impulsivo são sintomas do TDAH com reflexos negativos no convívio social e familiar, assim como no desempenho escolar ou profissional dos portadores do transtorno. Esses sintomas podem se manifestar em diferentes graus de comprometimento e intensidade. Quando predomina a desatenção, os pacientes apresentam dificuldade maior de concentração, de organizar atividades, de seguir instruções, e podem saltar de uma tarefa inacabada para outra, sem nunca terminar aquilo que começaram. São pessoas que se distraem com facilidade e frequentemente esquecem o que tinham para fazer ou onde colocaram seus pertences. Não conseguem também prestar atenção em detalhes, demoram para iniciar as tarefas e cometem erros por absoluto descuido e distração, o que pode prejudicar o processo de aprendizagem e atuação profissional.
            Nos casos em que prevalecem a hiperatividade, os portadores dos distúrbios são inquietos, agitados e falam muito. Dificilmente conseguem participar de atividades sedentárias e manter silêncio durante as brincadeiras ou realização dos trabalhos. Se é a impulsividade que se destaca os sinais mais marcantes são a impaciência, o agir sem pensar, a dificuldade para ouvir as perguntas até o fim, a precipitação para falar, e a intromissão nos assuntos, conversas e atividades alheias. Na adolescência e na vida adulta, os sintomas de hiperatividade costumam ser menos evidentes, mas as outras dificuldades permanecem inalteradas e os prejuízos se acumulam no dia a dia com reflexos negativos sobre a autoestima.

            DIAGNÓSTICO
         Para efeito de diagnóstico que é sempre clínico, os sintomas devem se manifestar-se na infância, antes dos sete anos, pelo menos em dois ambientes diferentes (casa, escola, lazer, trabalhos), durante seis meses no mínimo. Devem também ser responsáveis por desajustes e alterações comportamentais que dificultam o relacionamento e a performance dos portadores nas mais diversas situações.

            TRATAMENTO
         O tratamento varia de acordo com a existência, ou não, de comorbidades ou de outras doenças associadas. Basicamente, consiste em psicoterapia e na prescrição de metilfenidato (ritalina), um medicamento psicoestimulante, e de antidepressivos. Crianças podem exigir os cuidados de equipe multidisciplinar, em função dos desajustes pedagógicos e comportamentais associados ao TDAH. Em geral, os efeitos benéficos da medicação aparecem em poucas semanas e as reações adversas, como insônia, falta de apetite, dores abdominais e cefaleia, são leves e ocorrem no início do tratamento, enquanto o organismo não desenvolveu tolerância a essas drogas.

            RECOMENDAÇÕES
         É importante admitir que:
* As falhas de atenção e a hiperatividade de algumas crianças podem não ser características do temperamento e personalidade, nem de má educação, mas sintomas de uma doença que pode ser controlada;
* Não é má vontade, mas os portadores do transtorno realmente têm enorme dificuldade para organizar as atividades do dia a dia, manter horários e planejar o futuro;
*  A necessidade de desenvolver algumas técnicas para compensar as dificuldades próprias do TDAH (uso de agenda, lugar fixo para guardar os objetos, lembretes colocados em posições estratégicas e em quadros de avisos, lista de tarefas e dos compromissos diários e semanais) exige muito esforço e disciplina;
* Pais e professores devem manter-se informados sobre as características da doença e intervenções que podem ajudar os pacientes a superar suas limitações;
* A psicoterapia pode mostrar um caminho eficaz para a recuperação da autoestima, quase sempre comprometida pelos sentimentos de fracasso e frustração provenientes das dificuldades de lidar com situações rotineiras.




REFERÊNCIAS

           

        





Nenhum comentário:

Postar um comentário