TDAH
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
O Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH) é uma complexa desordem comportamental que leva a criança
a graus variáveis de comprometimento na vida social, emocional, escolar e
familiar. É marcado por distúrbios motores, perceptivos, cognitivos e
comportamentais que geram dificuldades globais no desenvolvimento infantil. Esses
sinais devem obrigatoriamente se manifestar-se na infância, mas podem perdurar
por toda a vida, se não for devidamente reconhecidos e tratados.
No decorrer dos anos houve inúmeras
mudanças na nomenclatura que refletiram tendências históricas no conceito da
origem deste transtorno, bem como em seus aspectos essenciais. Em 1947, Strauss
e Lehtinen chamavam o TDAH de “Síndrome de Lesão Cerebral Mínima”. Em 1962,
graças a falta de comprovação de alteração neurológica, ficou conhecida como
“Disfunção Cerebral Mínima”
Na década de 50 a atividade motora
excessiva apresentada por esses pacientes foi valorizada como condição primária para o diagnóstico. No
DSM-II (Classificação de Transtorno Mentais da Associação Norte-Americana de
Psiquiatria – 1968) a nomenclatura foi alterada para “Síndrome Hipercinética da
Infância”, enquanto que, em 1987, o mesmo DSM revisado (DSM-III), passou a
classificar o quadro como “Distúrbio do Déficit de Atenção por Hiperatividade”,
em que a inquietação era o elemento essencial. Somente em 1994, no DSM-IV
surgiu a nomenclatura atual de
“Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade”.
CAUSAS
Estudam
apontam a predisposição genética e a ocorrência de alterações nos
neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) que estabelecem as conexões entre
os neurônios na região frontal do cérebro como as principais causas do
transtorno do déficit de atenção. Algumas pesquisas indicam que fatores
ambientais e neurológicos podem estar envolvidos, mas ainda não há consenso
sobre o assunto.
SINTOMAS
Desatenção,
hiperatividade e comportamento impulsivo são sintomas do TDAH com reflexos
negativos no convívio social e familiar, assim como no desempenho escolar ou
profissional dos portadores do transtorno. Esses sintomas podem se manifestar
em diferentes graus de comprometimento e intensidade. Quando predomina a
desatenção, os pacientes apresentam dificuldade maior de concentração, de
organizar atividades, de seguir instruções, e podem saltar de uma tarefa
inacabada para outra, sem nunca terminar aquilo que começaram. São pessoas que
se distraem com facilidade e frequentemente esquecem o que tinham para fazer ou
onde colocaram seus pertences. Não conseguem também prestar atenção em
detalhes, demoram para iniciar as tarefas e cometem erros por absoluto descuido
e distração, o que pode prejudicar o processo de aprendizagem e atuação
profissional.
Nos casos em que prevalecem a
hiperatividade, os portadores dos distúrbios são inquietos, agitados e falam
muito. Dificilmente conseguem participar de atividades sedentárias e manter
silêncio durante as brincadeiras ou realização dos trabalhos. Se é a impulsividade
que se destaca os sinais mais marcantes são a impaciência, o agir sem pensar, a
dificuldade para ouvir as perguntas até o fim, a precipitação para falar, e a
intromissão nos assuntos, conversas e atividades alheias. Na adolescência e na
vida adulta, os sintomas de hiperatividade costumam ser menos evidentes, mas as
outras dificuldades permanecem inalteradas e os prejuízos se acumulam no dia a
dia com reflexos negativos sobre a autoestima.
DIAGNÓSTICO
Para
efeito de diagnóstico que é sempre clínico, os sintomas devem se manifestar-se
na infância, antes dos sete anos, pelo menos em dois ambientes diferentes
(casa, escola, lazer, trabalhos), durante seis meses no mínimo. Devem também
ser responsáveis por desajustes e alterações comportamentais que dificultam o
relacionamento e a performance dos portadores nas mais diversas situações.
TRATAMENTO
O
tratamento varia de acordo com a existência, ou não, de comorbidades ou de
outras doenças associadas. Basicamente, consiste em psicoterapia e na
prescrição de metilfenidato (ritalina), um medicamento psicoestimulante, e de
antidepressivos. Crianças podem exigir os cuidados de equipe multidisciplinar,
em função dos desajustes pedagógicos e comportamentais associados ao TDAH. Em
geral, os efeitos benéficos da medicação aparecem em poucas semanas e as
reações adversas, como insônia, falta de apetite, dores abdominais e cefaleia,
são leves e ocorrem no início do tratamento, enquanto o organismo não
desenvolveu tolerância a essas drogas.
RECOMENDAÇÕES
É
importante admitir que:
*
As falhas de atenção e a hiperatividade de algumas crianças podem não ser
características do temperamento e personalidade, nem de má educação, mas
sintomas de uma doença que pode ser controlada;
*
Não é má vontade, mas os portadores do transtorno realmente têm enorme
dificuldade para organizar as atividades do dia a dia, manter horários e
planejar o futuro;
* A necessidade de desenvolver algumas técnicas
para compensar as dificuldades próprias do TDAH (uso de agenda, lugar fixo para
guardar os objetos, lembretes colocados em posições estratégicas e em quadros
de avisos, lista de tarefas e dos compromissos diários e semanais) exige muito
esforço e disciplina;
*
Pais e professores devem manter-se informados sobre as características da doença
e intervenções que podem ajudar os pacientes a superar suas limitações;
*
A psicoterapia pode mostrar um caminho eficaz para a recuperação da autoestima,
quase sempre comprometida pelos sentimentos de fracasso e frustração
provenientes das dificuldades de lidar com situações rotineiras.
REFERÊNCIAS
Nenhum comentário:
Postar um comentário