Nas últimas duas décadas estamos presenciando uma crise multidimensional e extremamente complexa, pois ela faz parte de um movimento de transição histórica e de envolvimento planetário, chegando mesmo a uma ameaça à própria raça humana, prova disso são os investimentos nucleares, em detrimento ao social, um desequilíbrio cruel e assustador, próprio do capitalismo mundial integrado.
A tecnologia encontra-se num processo veloz de desenvolvimento, gerando em contrapartida sérias perturbações no sistema ecológico mundial, outro aspecto preocupante são as doenças crônicas e degenerativas, chamadas doenças da civilização, as enfermidades cardíacas, o câncer e o derrame. Quanto as psicológicas: a depressão grave, a esquizofrenia e outros distúrbios de comportamento.
A desintegração social, crimes, suicídios, aumento do consumo de drogas, crianças com deficiência de aprendizagem, acidentes são marcas de nosso tempo. Paralelo as patologias sociais já mencionadas temos as anomalias econômicas, onde a concentração de renda geradora de uma profunda desigualdade social, próprias do capitalismo só faz encaminhar o homem para sua destruição caso não ocorra uma reversão global, estrutural.
Os especialistas já não dão conta de suas especialidades, por exemplo: os oncologistas estão confusos acerca das reais causas do câncer, os psiquiatras são mistificados pela esquizofrenia, a polícia vê-se impotente diante dos criminosos. Isso significa dizer que os problemas não podem mais serem tratados individualmente porque são sistêmicos, isto é estão intimamente ligados e são interdependentes, a sua resolução só será possível se for feita uma profunda transformação nas nossas instituições sociais, nos nossos valores e idéias, ou seja uma mudança de paradigma.
O autor salienta ainda que devemos substituir a noção de estruturas sociais estáticas por padrões dinâmicos de mudança, vista por esse lado, a crise pode ser entendida como um aspecto de transformação, para os chineses crise é composto por: perigo e oportunidade.
Empódocles atribui as mudanças no universo ao fluxo e refluxo de duas forças: o amor e o ódio.
O autor fala-nos ainda que a estagnação, a uniformidade, a ausência de inventividade, a perda da flexibilidade, numa sociedade já em desintegração levam a ruptura social e discórdias, guerras.
Mas a capacidade de resposta da sociedade não se acha perdida, novos processos criativos e desafios surgiram.
Capra destaca as transições porque passamos que são três: o declínio do patriarcado com o conseqüente aumento do movimento feminista; o declínio do combustível fóssil e o aumento dos renováveis, o solar, implicando transformações radicais nos sistemas econômicos e políticos; terceiro relacionados aos valores culturais mudança de paradigma, isto é profunda mudança no pensamento, valores.
Nossos valores se diferem profundamente dos da Idade média, em decorrência da Revolução científica, o Iluminismo, a Revolução Industrial, sendo que esses, atualmente já se encontram seriamente limitados e necessitam de uma revisão radical, passando por mudanças flutuantes de valores sobre todos os aspectos da sociedade, o sociólogo Sorokim nos traça um mapeamento extremamente interessante.
Ele destaca três sistemas de valores , ou expressão cultural:
-- o sensualista: predomínio da matéria , Descartes, Newton, valores Iluministas, Revolução Industrial;
- o ideacional: predomínio do espiritual, justiça, verdade, cristianismo, idade média;
- o idealístico: representa a combinação harmoniosa dos dois acima, podendo ser exemplificado com a Grécia dos séc. V e IV AC e a Renascença européia.
A análise de Sorikim é importante e convincente, pois coloca que a crise que estamos vivenciando não é uma crise qualquer, mas uma fase de grande transição, como a que ocorreu nos dois ciclos anteriores da história humana.
Segundo Lewis Munford, em toda história da civilização ocidental tivemos pouquíssimos ciclos:
- surgimento da civilização, com o advento da agricultura, no começo do Neolítico;
- ascensão do cristianismo na época de queda do Império Romano e a
- transição da Idade Média para a idade Científica;
- e transição de agora que poderá ser bem mais dramática.
O autor destaca ainda que o modelo de Descarte dividiu espírito e matéria concebendo o universo como um sistema mecânico separado, o que continua prevalecendo na maioria de nossas ciências e sofrendo influência em muitos aspectos de nossa vida. Gerou as separações de nossas disciplinas acadêmicas, entidades governamentais, esquartejando o meio ambiente natural, deixando explorar por diversos grupos de interesses distintos e opostos.
Chegou a hora da mudança de paradigma, esta visão dualista, cientificista, rígida não dá mais conta atualmente dos nossos problemas que são múltiplos e complexos, exigindo iniciativas inovadoras,flexíveis e saudáveis.
GRUPO: ROSMERI, MARCELO, MARCO, ADRIANO.
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